domingo, 25 de abril de 2010

Carícias


Teu corpo no meu a encostar ...
Meu seio, as suas costas levemente a roçar!
Minha mão, na tua pele a deslizar...

Num instante um murmúrio seu escutar.
Sentindo sua respiração quente a ofegar.
E seu corpo no meu a encaixar.

Em teus ouvidos palavras sussurrar,
Tua boca intensamente beijar;
E mais que depressa seu corpo inteiro desejar.

Desejar para com todo ardor acariciar.
Com mil carícias te presentear.
Até que para mim possa se entregar.

Sentir meu coração ligeiramente a palpitar.
E meu corpo cheio de desejo a queimar.
Para logo depois te amar.
Amá-lo até sentí-lo estremecer.
Dar tudo o que tenho a oferecer.
E por um momento do mundo esquecer.

Gismeire Hamann Andrade                18/05/2008

Desejo

Carinho constante,
olhar penetrante,
respiração ofegante.

Abraço apertado,
beijo molhado,
corpo suado.

É a doce magia
do prazer que inebria
numa ardente fantasia.

De uma fera fugaz,
de apetite voraz
que até pouco tempo atrás

estava perdida.
Guardada e esquecida ...
Em meu ser escondida.

Afago e ternura,
amor e loucura,
de alguém que murmura ...

De uma boca que geme,
e um corpo que treme
até que o gozo se queime.

Um calor que entorpece,
enquanto o corpo estremece,
e a mente adormece.

Gismeire Hamann Andrade             15/05/2008

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Linda!

Delícia

Delicia imaginar seu corpo
com os olhos de um pintor,
que vê numa tela branca
um mundo de imaginação
para poder expressar-se.


Delícia te sentir assim
a deslizar pelo meu corpo,
Apaixonado e cheio de vontade.
Ardente em paixão e
me querendo como nunca...


Delicia sentir tua pele, o teu calor
e teu carinho sem pudor.
Enquanto minhas mãos sobem por tuas coxas,
e seguram as suas ancas
num roçar louco de desejo.


Delicia te fazer sentir- se querido
Confessar-te o meu desejo mais puro.
Ir ao encontro do seu corpo,
num movimento harmonioso
Te querendo e te chamando.

Delicia encontrar teus seios com minha língua.
Procurar teus pontos sensíveis
Escorregar pelo seu ventre,
até chegar junto nas virilhas.
E depois provar de todo o seu mel.

 

Delícia sentir o calor da sua boca,
Vigorosa e delicada, numa paixão louca.
Deixando meu corpo trêmulo
Inebriado de prazer e gozo
e cheio de vontade de te receber.

Delicia sentir seu corpo me acolher.
Sua boca a me beijar como se fosse a ultima vez
E entremeio os beijos, dar gemidos leves de prazer
Te possuir com todo o meu amor
e por um momento nos tornarmos um.

Anjo solitário & Anjo meigo perigoso

Tinha que ser Fernando Pessoa!

Sossega, coração! Não desesperes!
Talvez um dia, para além dos dias,
Encontres o que queres porque o queres.
Então, livre de falsas nostalgias,
Atingirás a perfeição de seres.

Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperença a de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho o concebê-lo!

Sossega, coração, contudo! Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme,
A grande, universal, solente pausa
Antes que tudo em tudo se transforme.


Fernando Pessoa

quarta-feira, 21 de abril de 2010

O Poço

Cais, às vezes, afundas
em teu fosso de silêncio,
em teu abismo de orgulhosa cólera,
e mal consegues
voltar, trazendo restos
do que achaste
pelas profunduras da tua existência.

Meu amor, o que encontras
em teu poço fechado?
Algas, pântanos, rochas?
O que vês, de olhos cegos,
rancorosa e ferida?

Não acharás, amor,
no poço em que cais
o que na altura guardo para ti:
um ramo de jasmins todo orvalhado,
um beijo mais profundo que esse abismo.

Não me temas, não caias
de novo em teu rancor.
Sacode a minha palavra que te veio ferir
e deixa que ela voe pela janela aberta.
Ela voltará a ferir-me
sem que tu a dirijas,
porque foi carregada com um instante duro
e esse instante será desarmado em meu peito.

Radiosa me sorri
se minha boca fere.
Não sou um pastor doce
como em contos de fadas,
mas um lenhador que comparte contigo
terras, vento e espinhos das montanhas.

Dá-me amor, me sorri
e me ajuda a ser bom.
Não te firas em mim, seria inútil,
não me firas a mim porque te feres.

Pablo Neruda

Tenho um amigo que adora Vinícius de Moraes, mas também, quem não gosta?

Tomara

Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho

Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz

E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...

Vinicius de Moraes

Eu não existo sem você

Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você

Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você

Vinicius de Moraes

terça-feira, 20 de abril de 2010

Besos

Hay besos que pronuncian por sí solos
la sentencia de amor condenatoria,
hay besos que se dan con la mirada
hay besos que se dan con la memoria.

Hay besos silenciosos, besos nobles
hay besos enigmáticos, sinceros
hay besos que se dan sólo las almas
hay besos por prohibidos, verdaderos.

Hay besos que calcinan y que hieren,
hay besos que arrebatan los sentidos,
hay besos misteriosos que han dejado
mil sueños errantes y perdidos.

Hay besos problemáticos que encierran
una clave que nadie ha descifrado,
hay besos que engendran la tragedia
cuantas rosas en broche han deshojado.

Hay besos perfumados, besos tibios
que palpitan en íntimos anhelos,
hay besos que en los labios dejan huellas
como un campo de sol entre dos hielos.

Hay besos que parecen azucenas
por sublimes, ingenuos y por puros,
hay besos traicioneros y cobardes,
hay besos maldecidos y perjuros.

Judas besa a Jesús y deja impresa
en su rostro de Dios, la felonía,
mientras la Magdalena con sus besos
fortifica piadosa su agonía.

Desde entonces en los besos palpita
el amor, la traición y los dolores,
en las bodas humanas se parecen
a la brisa que juega con las flores.

Hay besos que producen desvaríos
de amorosa pasión ardiente y loca,
tú los conoces bien son besos míos
inventados por mí, para tu boca.

Besos de llama que en rastro impreso
llevan los surcos de un amor vedado,
besos de tempestad, salvajes besos
que solo nuestros labios han probado.

¿Te acuerdas del primero...? Indefinible;
cubrió tu faz de cárdenos sonrojos
y en los espasmos de emoción terrible,
llenaron sé de lágrimas tus ojos.

¿Te acuerdas que una tarde en loco exceso
te vi celoso imaginando agravios,
te suspendí en mis brazos... vibró un beso,
y qué viste después...? Sangre en mis labios.

Yo te enseñe a besar: los besos fríos
son de impasible corazón de roca,
yo te enseñé a besar con besos míos
inventados por mí, para tu boca.

Gabriela Mistral

Ustedes y nosotros

Ustedes cuando aman
exigen bienestar
una cama de cedro
y un colchón especial

nosotros cuando amamos
es fácil de arreglar
con sábanas qué bueno
sin sábanas da igual

ustedes cuando aman
calculan interés
y cuando se desaman
calculan otra vez

nosotros cuando amamos
es como renacer
y si nos desamamos
no la pasamos bien

ustedes cuando aman
son de otra magnitud
hay fotos chismes prensa
y el amor es un boom

nosotros cuando amamos
es un amor común
tan simple y tan sabroso
como tener salud

ustedes cuando aman
consultan el reloj
porque el tiempo que pierden
vale medio millón

nosotros cuando amamos
sin prisa y con fervor
gozamos y nos sale
barata la función

ustedes cuando aman
al analista van
él es quien dictamina
si lo hacen bien o mal

nosotros cuando amamos
sin tanta cortedad
el subconsciente piola
se pone a disfrutar

ustedes cuando aman
exigen bienestar
una cama de cedro
y un colchón especial

nosotros cuando amamos
es fácil de arreglar
con sábanas qué bueno
sin sábanas da igual.


Mario Benedetti