terça-feira, 16 de novembro de 2010

Meu poeta predileto.

O medo
 
 
Em verdade temos medo.
Nascemos escuro.
As existências são poucas:
Carteiro, ditador, soldado.
Nosso destino, incompleto.

E fomos educados para o medo.
Cheiramos flores de medo.
Vestimos panos de medo.
De medo, vermelhos rios
vadeamos.

Somos apenas uns homens
e a natureza traiu-nos.
Há as árvores, as fábricas,
Doenças galopantes, fomes.

Refugiamo-nos no amor,
este célebre sentimento,
e o amor faltou: chovia,
ventava, fazia frio em São Paulo.

Fazia frio em São Paulo...
Nevava.
O medo, com sua capa,
nos dissimula e nos berça.

Fiquei com medo de ti,
meu companheiro moreno,
De nós, de vós: e de tudo.
Estou com medo da honra.

Assim nos criam burgueses,
Nosso caminho: traçado.
Por que morrer em conjunto?
E se todos nós vivêssemos?

Vem, harmonia do medo,
vem, ó terror das estradas,
susto na noite, receio
de águas poluídas. Muletas

do homem só. Ajudai-nos,
lentos poderes do láudano.
Até a canção medrosa
se parte, se transe e cala-se.

Faremos casas de medo,
duros tijolos de medo,
medrosos caules, repuxos,
ruas só de medo e calma.

E com asas de prudência,
com resplendores covardes,
atingiremos o cimo
de nossa cauta subida.

O medo, com sua física,
tanto produz: carcereiros,
edifícios, escritores,
este poema; outras vidas.

Tenhamos o maior pavor,
Os mais velhos compreendem.
O medo cristalizou-os.
Estátuas sábias, adeus.

Adeus: vamos para a frente,
recuando de olhos acesos.
Nossos filhos tão felizes...
Fiéis herdeiros do medo,

eles povoam a cidade.
Depois da cidade, o mundo.
Depois do mundo, as estrelas,
dançando o baile do medo

Carlos Drumonnd de Andrade

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Inspirada no grande poeta Pablo Neruda!!! Para uma pessoa especial.



Me gusta cuando...

Me gusta cuando llegas
después que tengo un dia de trabajo,
cuando estoy a esperar por ti.
Porque sé que luego me llamas.

Me gusta cuando me ojas
con sus ojos llenos de ternura,
encantame con tu sonsira y tu brillo.
Y mi corazón queda muy contente.

Me gusta cuando veo en sus ojos,
más que amistad y cariño.
Ellos tienen un deseo timido y sutil,
que me haz imaginarte.

Me gusta cuando recibo sus palabras.
Palabras que entran en mi corazón.
Y me hacen querer estar cerca de ti.
Solo para tener sus cariños.

Me gusta cuando estás conmigo,
mismo que asi, distante.
Y me gustará mucho más cuando estuvier acá,
cerca de mi, recibiendo mis cariños también!

Gismeire Hamann Andrade 19/10/2010

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Um poeta paranaense

O enterro do vírus

Certos dias
precisamos enterrar pessoas
não aquelas que não respiram
mas as outras
aquelas que sabem o que sentimaos e nem por isso deixam de  viver.

certos dias
precisamos empunhar uma pá
cavar feito loucos
abrir sepulturas sem descanso
jogar corpos e socar com os pés
dançando sobre a terra.

Certas noites
precisamos dizer mais que adeus
precisamos ser maus
e enterrar a causa da dor
mesmo sendo a da imagem amada.

Certas noites
devemos reservas o inferno
procurar uma loção purificadora
o unguento para transformar
a atração em desleal
o sonho em tornento
a ilusão em verdade.

Certas noites
devemos desprezar
os princípios do amor
realizar a outópsia do supremo
da maneira mais fria
arrancar os dentes do imaginário
e esmagar os olhos da esperança.

Nessas noites
as sombras não devem ser respeitadas
e a imagem imediata
aquela que se esfrega no rosto da realidade
é a única que merece respeito.

Nesses dias
devemos acalentar os próprios vermes
depois que o vírus doi disseminado
a morte se torna fúria do fogo
aus^encia de algo que n~ao conhecemos
e que nunca nosdeixar'a em paz.

Marcos Losnask
In: Benditos energumenos

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Curtinho.... mas muito signigficativo

Amar é ...


Amar é... sorrir por nada
e ficar triste sem motivos,
é sentir-se só no meio da multidão,
é o ciúme sem sentido,
o desejo de um carinho;
é abraçar com certeza e beijar com vontade,
é passear com a felicidade,
é ser feliz de verdade!

Albert Camus

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Algo que resume o que sou....

Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!
Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre

Clarice Lispector

sábado, 18 de setembro de 2010

Una bella poesia!!

La caricia

La caricia es un lenguaje
si tus caricias me hablan
no quisiera que se callen

La caricia no es la copia
de otra caricia lejana
es una nueva versión
casi siempre mejorada

Es la fiesta de la piel
la caricia mientras dura
y cuando se aleja deja
sin amparo a la lujuria

Las caricias de los sueños
que son prodigio y encanto
adolecen de un defecto
no tiene tacto

Como aventura y enigma
la caricia empieza antes
de convertirse en caricia

Es claro que lo mejor
no es la caricia en sí misma
sino su continuación

(Mario Benedetti)

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Uma pequena dúvida , rs....

Quem é você?

Quem é você...
que apareceu na minha vida
e meu mundo se encheu de graça?
Que chegou de mansinho
e fez morada em meu coração?

Quem é você...
senão alguém de quem sei tão pouco?
Talvez quase nada!
Mas que me encanta
e enche de paixão?

Quem é você...
que me faz sentir com tanta intensidade
algo que não tem explicação?
Não conheço seu cheiro, seu toque ou seu calor,
mas talvez conheça o seu coração!

Quem é você...
que sempre chega
e ao mesmo tempo se vai?
Parte ... leva meu coração
e deixa a tristeza em seu lugar?

Quem é você...
que sempre volta,
e com tantas palavras lindas
expressa o que sente,
mas que com seus atos se contradiz?

Quem é você?
Será que um dia saberei?
Será que um dia perto de ti posso estar?
Será que um dia te esquecerei?
Não sei, deixa o tempo passar!!!


Gismeire Hamann Andrade 13/09/2010

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Linda musica!

Deixa Acontecer

(Toquinho e Vinicius de Moraes)


Ah, não tente explicar
Nem se desculpar
Nem tente esconder.
Se vem do coração,
Não tem jeito, não,
Deixa acontecer.

O amor é essa força incontida,
Desarruma a cama e a vida,
Nos fere, maltrata e seduz.
É feito uma estrela cadente
Que risca o caminho da gente,
Nos enche de Força e de luz.

Vai debochar da dor
Sem nenhum pudor
Nem medo qualquer.
Ah, sendo por amor,
Seja como for
E o que Deus quiser.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Um gênero um pouco diferente...

Liberdade

Liberdade de expressão, liberdade econômica...
liberdade política, liberdade sexual...
liberdade para ir e vir, liberdade de escolha!

Liberdade!
Vários tentam explicá-la.
Muitos a revindicam...
Poucos sabem ser livres...
Raros os que a conseguem...

Mas, o que é liberdade?
Segundo a famosa wikipédia, liberdade é "o ato de ser livre;
a ausência de submissão, de servidão e de determinação."

Como diz Carlos Drumonnd de Andrade:
"A liberdade é defendida com discursos
e atacada com metralhadoras."

Será que somos verdeiramente livres?
Ser livre é podermos ir onde o nosso dinheiro
ou nossas fronteiras nos permitem?
Quando escolhemos o melhor entre os piores?
Quando vivemos sob padrões, normas e moral imposto por poucos?

Qual é o verdadeiro significado de liberdade?
Você está realmente preparado para ser livre?
Charls Evans Hughes dizia que:
"Quando perdemos o direito de ser diferentes,
perdemos o privilégio de ser livres."

Como podemos ser verdadeiramente livres, se enquanto trabalhadores,
somos privados de nossas próprias condições materiais de existência?
Somos subjugados e explorados?

Gismeire Hamann Andrade 26/08/2010
Seus Olhos

Seus olhos - que eu sei pintar
O que os meus olhos cegou –
Não tinham luz de brilhar,
Era chama de queimar;
E o fogo que a ateou
Vivaz, eterno, divino,
Como facho do Destino.

Divino, eterno! - e suave
Ao mesmo tempo: mas grave
E de tão fatal poder,
Que, um só momento que a vi,
Queimar toda a alma senti...
Nem ficou mais de meu ser,
Senão a cinza em que ardi.

Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas'

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Apenas mais um momento de inspiração.....



Uma noite, um momento!

Numa noite esqueci o vazio.
Vazio imenso que me preenche.
Num momento se foi o frio,
Frio que gelava e me deixava dormente.

Por um momento me deliciei.
Deliciei-me e às suas caricias me entreguei...
Por uma noite, de tudo esqueci.
Esqueci de tudo e a tristeza se foi.

Uma noite de muita paz.
Em meio ao caos do meu coração!
Um momento de companhia
Em meio há tempos de solidão!

Como pode um momento,
apenas um momento... ser tão intenso?
Como pode uma noite,
nada mais que uma noite... ser tão doce?


Gismeire Hamann Andrade 25/08/2010.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Muito linda esta poesia!

À Beleza

Não tens corpo, nem pátria, nem família,
Não te curvas ao jugo dos tiranos.
Não tens preço na terra dos humanos,
Nem o tempo te rói.
És a essência dos anos,
O que vem e o que foi.

És a carne dos deuses,
O sorriso das pedras,
E a candura do instinto.
És aquele alimento
De quem, farto de pão, anda faminto.

És a graça da vida em toda a parte,
Ou em arte,
Ou em simples verdade.
És o cravo vermelho,
Ou a moça no espelho,
Que depois de te ver se persuade.

És um verso perfeito
Que traz consigo a força do que diz.
És o jeito
Que tem, antes de mestre, o aprendiz.

És a beleza, enfim. És o teu nome.
Um milagre, uma luz, uma harmonia,
Uma linha sem traço...
Mas sem corpo, sem pátria e sem família,
Tudo repousa em paz no teu regaço.

Miguel Torga, in 'Odes'

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Tinha que ser mesmo Fernando Pessoa!!!!

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os
desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...


Fernando Pessoa (Lisboa, 13 de junho de 1888 - Lisboa, 30 de novembro de 1935)

terça-feira, 22 de junho de 2010



Una vez más....


Una vez más encantame tus ojos y tu sonrisa.
Una vez más lo siento y no lo tengo  cerca de mi.
Una vez más el rato se hace mucho.


Una vez más le deseo y no lo puedo tocárlo.
Una vez más tengo gana de darte mis besos y mis cariños.
Una vez más la vida se hace dulce como una bella canción.


Una vez más és dueno del corazón, del cuerpo y de mi alma.
Una vez más lo quiero y lo tengo solo dentro de mi.
Una vez más en ningun segundo lo olvido.


Una vez más tu llegó y se fué, como la tempestade del verano.
Una vez más la nostalgia domina mis pensamientos.
Una vez más és mi sueño, mi deseo y mi pasión.


Una vez más soy tuya y a veces siento que así no seré de nadie más.
Una vez más rompió dejando un rato de ti y llevando um poco de mi.
Una vez más la soledad dáme un gran vacío.


Gismeire Hamann Andrade  22/06/2010

domingo, 25 de abril de 2010

Carícias


Teu corpo no meu a encostar ...
Meu seio, as suas costas levemente a roçar!
Minha mão, na tua pele a deslizar...

Num instante um murmúrio seu escutar.
Sentindo sua respiração quente a ofegar.
E seu corpo no meu a encaixar.

Em teus ouvidos palavras sussurrar,
Tua boca intensamente beijar;
E mais que depressa seu corpo inteiro desejar.

Desejar para com todo ardor acariciar.
Com mil carícias te presentear.
Até que para mim possa se entregar.

Sentir meu coração ligeiramente a palpitar.
E meu corpo cheio de desejo a queimar.
Para logo depois te amar.
Amá-lo até sentí-lo estremecer.
Dar tudo o que tenho a oferecer.
E por um momento do mundo esquecer.

Gismeire Hamann Andrade                18/05/2008

Desejo

Carinho constante,
olhar penetrante,
respiração ofegante.

Abraço apertado,
beijo molhado,
corpo suado.

É a doce magia
do prazer que inebria
numa ardente fantasia.

De uma fera fugaz,
de apetite voraz
que até pouco tempo atrás

estava perdida.
Guardada e esquecida ...
Em meu ser escondida.

Afago e ternura,
amor e loucura,
de alguém que murmura ...

De uma boca que geme,
e um corpo que treme
até que o gozo se queime.

Um calor que entorpece,
enquanto o corpo estremece,
e a mente adormece.

Gismeire Hamann Andrade             15/05/2008

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Linda!

Delícia

Delicia imaginar seu corpo
com os olhos de um pintor,
que vê numa tela branca
um mundo de imaginação
para poder expressar-se.


Delícia te sentir assim
a deslizar pelo meu corpo,
Apaixonado e cheio de vontade.
Ardente em paixão e
me querendo como nunca...


Delicia sentir tua pele, o teu calor
e teu carinho sem pudor.
Enquanto minhas mãos sobem por tuas coxas,
e seguram as suas ancas
num roçar louco de desejo.


Delicia te fazer sentir- se querido
Confessar-te o meu desejo mais puro.
Ir ao encontro do seu corpo,
num movimento harmonioso
Te querendo e te chamando.

Delicia encontrar teus seios com minha língua.
Procurar teus pontos sensíveis
Escorregar pelo seu ventre,
até chegar junto nas virilhas.
E depois provar de todo o seu mel.

 

Delícia sentir o calor da sua boca,
Vigorosa e delicada, numa paixão louca.
Deixando meu corpo trêmulo
Inebriado de prazer e gozo
e cheio de vontade de te receber.

Delicia sentir seu corpo me acolher.
Sua boca a me beijar como se fosse a ultima vez
E entremeio os beijos, dar gemidos leves de prazer
Te possuir com todo o meu amor
e por um momento nos tornarmos um.

Anjo solitário & Anjo meigo perigoso

Tinha que ser Fernando Pessoa!

Sossega, coração! Não desesperes!
Talvez um dia, para além dos dias,
Encontres o que queres porque o queres.
Então, livre de falsas nostalgias,
Atingirás a perfeição de seres.

Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperença a de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho o concebê-lo!

Sossega, coração, contudo! Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme,
A grande, universal, solente pausa
Antes que tudo em tudo se transforme.


Fernando Pessoa

quarta-feira, 21 de abril de 2010

O Poço

Cais, às vezes, afundas
em teu fosso de silêncio,
em teu abismo de orgulhosa cólera,
e mal consegues
voltar, trazendo restos
do que achaste
pelas profunduras da tua existência.

Meu amor, o que encontras
em teu poço fechado?
Algas, pântanos, rochas?
O que vês, de olhos cegos,
rancorosa e ferida?

Não acharás, amor,
no poço em que cais
o que na altura guardo para ti:
um ramo de jasmins todo orvalhado,
um beijo mais profundo que esse abismo.

Não me temas, não caias
de novo em teu rancor.
Sacode a minha palavra que te veio ferir
e deixa que ela voe pela janela aberta.
Ela voltará a ferir-me
sem que tu a dirijas,
porque foi carregada com um instante duro
e esse instante será desarmado em meu peito.

Radiosa me sorri
se minha boca fere.
Não sou um pastor doce
como em contos de fadas,
mas um lenhador que comparte contigo
terras, vento e espinhos das montanhas.

Dá-me amor, me sorri
e me ajuda a ser bom.
Não te firas em mim, seria inútil,
não me firas a mim porque te feres.

Pablo Neruda

Tenho um amigo que adora Vinícius de Moraes, mas também, quem não gosta?

Tomara

Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho

Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz

E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...

Vinicius de Moraes

Eu não existo sem você

Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você

Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você

Vinicius de Moraes

terça-feira, 20 de abril de 2010

Besos

Hay besos que pronuncian por sí solos
la sentencia de amor condenatoria,
hay besos que se dan con la mirada
hay besos que se dan con la memoria.

Hay besos silenciosos, besos nobles
hay besos enigmáticos, sinceros
hay besos que se dan sólo las almas
hay besos por prohibidos, verdaderos.

Hay besos que calcinan y que hieren,
hay besos que arrebatan los sentidos,
hay besos misteriosos que han dejado
mil sueños errantes y perdidos.

Hay besos problemáticos que encierran
una clave que nadie ha descifrado,
hay besos que engendran la tragedia
cuantas rosas en broche han deshojado.

Hay besos perfumados, besos tibios
que palpitan en íntimos anhelos,
hay besos que en los labios dejan huellas
como un campo de sol entre dos hielos.

Hay besos que parecen azucenas
por sublimes, ingenuos y por puros,
hay besos traicioneros y cobardes,
hay besos maldecidos y perjuros.

Judas besa a Jesús y deja impresa
en su rostro de Dios, la felonía,
mientras la Magdalena con sus besos
fortifica piadosa su agonía.

Desde entonces en los besos palpita
el amor, la traición y los dolores,
en las bodas humanas se parecen
a la brisa que juega con las flores.

Hay besos que producen desvaríos
de amorosa pasión ardiente y loca,
tú los conoces bien son besos míos
inventados por mí, para tu boca.

Besos de llama que en rastro impreso
llevan los surcos de un amor vedado,
besos de tempestad, salvajes besos
que solo nuestros labios han probado.

¿Te acuerdas del primero...? Indefinible;
cubrió tu faz de cárdenos sonrojos
y en los espasmos de emoción terrible,
llenaron sé de lágrimas tus ojos.

¿Te acuerdas que una tarde en loco exceso
te vi celoso imaginando agravios,
te suspendí en mis brazos... vibró un beso,
y qué viste después...? Sangre en mis labios.

Yo te enseñe a besar: los besos fríos
son de impasible corazón de roca,
yo te enseñé a besar con besos míos
inventados por mí, para tu boca.

Gabriela Mistral

Ustedes y nosotros

Ustedes cuando aman
exigen bienestar
una cama de cedro
y un colchón especial

nosotros cuando amamos
es fácil de arreglar
con sábanas qué bueno
sin sábanas da igual

ustedes cuando aman
calculan interés
y cuando se desaman
calculan otra vez

nosotros cuando amamos
es como renacer
y si nos desamamos
no la pasamos bien

ustedes cuando aman
son de otra magnitud
hay fotos chismes prensa
y el amor es un boom

nosotros cuando amamos
es un amor común
tan simple y tan sabroso
como tener salud

ustedes cuando aman
consultan el reloj
porque el tiempo que pierden
vale medio millón

nosotros cuando amamos
sin prisa y con fervor
gozamos y nos sale
barata la función

ustedes cuando aman
al analista van
él es quien dictamina
si lo hacen bien o mal

nosotros cuando amamos
sin tanta cortedad
el subconsciente piola
se pone a disfrutar

ustedes cuando aman
exigen bienestar
una cama de cedro
y un colchón especial

nosotros cuando amamos
es fácil de arreglar
con sábanas qué bueno
sin sábanas da igual.


Mario Benedetti

quinta-feira, 18 de março de 2010

Lindos versos de Mário Quintana!!!!

PRESENÇA


“É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, a trevo machucado,
as folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te!”

MÁRIO QUINTANA

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Esta é de Fernado Pessoa

Sossega, coração! Não desesperes!
Talvez um dia, para além dos dias,
Encontres o que queres porque o queres.
Então, livre de falsas nostalgias,
Atingirás a perfeição de seres.

Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperença a de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho o concebê-lo!

Sossega, coração, contudo! Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme,
A grande, universal, solente pausa
Antes que tudo em tudo se transforme.


Fernando Pessoa, 2-8-1933.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Poema erótico de Carlos Drummond de Andrade.

Amor, pois que é palavra essencial

Amor – pois que é palavra essencial
comece esta canção e toda a envolva.
Amor guie o meu verso, e enquanto o guia,
reúna alma e desejo, membro e vulva.

Quem ousará dizer que ele é só alma?
Quem não sente no corpo a alma expandir-se
até desabrochar em puro grito
de orgasmo, num instante de infinito?

O corpo noutro corpo entrelaçado,
fundido, dissolvido, volta à origem
dos seres, que Platão viu completados:
é um, perfeito em dois; são dois em um.

Integração na cama ou já no cosmo?
Onde termina o quarto e chega aos astros?
Que força em nossos flancos nos transporta
a essa extrema região, etérea, eterna?

Ao delicioso toque do clitóris,
já tudo se transforma, num relâmpago.
Em pequenino ponto desse corpo,
a fonte, o fogo, o mel se concentraram.

Vai a penetração rompendo nuvens
e devassando sóis tão fulgurantes
que nunca a vista humana os suportara,
mas, varado de luz, o coito segue.

E prossegue e se espraia de tal sorte
que, além de nós, além da prórpia vida,
como ativa abstração que se faz carne,
a idéia de gozar está gozando.

E num sofrer de gozo entre palavras,
menos que isto, sons, arquejos, ais,
um só espasmo em nós atinge o climax:
é quando o amor morre de amor, divino.

Quantas vezes morremos um no outro,
no úmido subterrâneo da vagina,
nessa morte mais suave do que o sono:
a pausa dos sentidos, satisfeita.

Então a paz se instaura. A paz dos deuses,
estendidos na cama, qual estátuas
vestidas de suor, agradecendo
o que a um deus acrescenta o amor terrestre.


Carlos Drummond de Andrade

Meu poeta predileto.. não poderia faltar.

Amar
1960 - ANTOLOGIA POÉTICA


Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar,desamar, amar?
Sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.

Carlos Drummond de Andrade

Lindo poema de Fernando Pessoa, vale à pena ler..

Não sei quantas almas tenho

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O Poema De Saviv - Trecho da Obra Crõnicas De Qédem

Este poema recebi de um amigo, achei interessante e resolvi postar, já que nos últimos dias não tenho escrito!

“Quero-te flexível, adequado: Um adivinho do meu fluxo sangüíneo, conhecedor inconteste das respostas que procuro, guia e mestre, sabedor do que em mim espinha e machuca e, principalmente, hábil na defesa do que em mim possa feri-lo, resplandecente da luz que definirá os meus contornos íntimos tão completamente que segredo algum possa camuflar-se entre gestos ou palavras no desejo de ocultar-se. Mas alguém, no torpor do sono o corpo presente e firme, ao menos desejo de evocar-se possas tu contê-lo. O erro nos faz perder tempo e o equívoco é sempre frustrante.

Quero-te flexível e adequado: Um adivinho do que fui, do que sou do que dificilmente serei.

O longo caminho na tentativa de acertos nos torna ansiosos e ativa nossas esperanças. E a esperança ativa uma mola propulsora e incontrolável. Torna os nervos relaxados, fixa o olhar no ponto e mantém o pensamento ocupado num único objetivo, no planejamento o que também pode resultar estéril.

A atenção mantida em um único foco, que não permite pensar que algo ou alguém se movimenta no teu campo de visão, pois poderá distrair-nos.

Quero-te flexível e adequado ao meu ritmo e calor interno: A mão que pousa em minha alma e melhor do que eu sabe contê-la.

Que sabe dominá-la sem que unhas retráteis necessitem intimidá-la para que isso aconteça. O sentimento corajoso e sem reservas, consciente do que desejou sereno, íntegro, fiel em desejos e atitudes.

Ah! Quero-te belo e jovem, recém nascido de obra renascentista do pintor galáctico, a figura mitológica estelar cujo percurso iniciado quando também eu reinicio a marcha, agarrado aos meus flancos, a compartilhar comigo o medo da perda.

Mas quero-te também um sábio maduro e forte, um senhor das minhas guerras improváveis, um consolador das minhas derrotas, um conselheiro com poderes inesperados, um mágico com truques plausíveis, criativos e preciosos às charadas das que invento ser eu mesma. Dama de ferro esculpida em porcelana acadiana.

Enfim, quero-te um homem-anjo. Asas e instintos acoplados, perfeito, imortal que és para me devolver à vida quando dela me retirar”.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Um lindo poema....

Estava a passear pela internet e encontrei este poema, carregadinho de emoções, de autor desconhecido, na página de uma amiga....

Nunca te vi,
Não conheço o teu corpo,
Mas eu te sinto
Mesmo que estejas longe.
Não me olhei ainda
Na luz dos teus olhos
E nem provei
O gosto da tua boca.
Mas eu te quero,
Mesmo sabendo
Que nunca te terei.
Não experimentei o teu toque
E nem sequer te acariciei,
Mas sinto o teu perfume no ar.
Sucumbi à tua sedução,
Mesmo sabendo
Que nunca te encontrarei.
Nosso amor é só virtual,
Mas não faz mal,
Pois alma é mais do que corpo.
E, se não te tenho ao meu lado,
Que o vento sussurre para ti
Minhas palavras de carinho.
Quero também que ele diga
Que alguém te ama
Do jeito que mais sabe,
Com tudo o que é capaz.
E se pensares no amor,
E em tudo o que ele traz,
De felicidade, na vida,
Ora, isso não é nada,
Pois te amo muito mais!
Alma é mais do que corpo.
E minha alma seguirá
Sempre amando a tua,
Mesmo que nossos corpos
Nunca possam se encontrar.
Mas chegará o momento,
Por alma ser mais que corpo,
Que seremos só uma alma,
Um coração
E um só pensamento!